História ausente é História esquecida? - análise do currículo oficial para o Ensino Básico português

Autores/as

  • Ana Isabel Moreira CITCEM
  • Pedro Duarte Pereira

DOI:

https://doi.org/10.26754/ojs_clio/clio.2023499522

Palabras clave:

currículo ausente, Educação Histórica, História, Ensino Básico

Resumen

Este trabalho tem como principal foco de análise o currículo oficial português relacionado com a componente de História, para o Ensino Básico, em particular as ausências que aí mais sobressaem. Estas podem relacionar-se com os conhecimentos substantivos que se apartam da abordagem preconizada por variadas razões (passados incómodos? temas difíceis? grupos não poderosos? …) ou com as competências de pensamento histórico (multiperspetiva, significância, causalidade, empatia, …) que parecem ter sido esquecidas quando se estruturou certo percurso de aprendizagem para estudantes com idades entre os 6 e os 15 anos. Como considerações maiores, constata-se, naqueles textos curriculares (denominado Aprendizagens Essenciais), uma aparente simplificação genérica da narrativa histórica que se conta aos mais jovens cidadãos do mundo atual. A inevitável seleção de determinados saberes em detrimento de outros, na verdade, contribui, acima de tudo, para o escamotear de uma literacia histórica que podia, e devia, alcançar outros níveis. O processo de ensino (e de aprendizagem) da História, desde o começo da escolaridade obrigatória, tem de orientar-se no sentido de uma formação cidadã, esclarecida, democrática, intertemporal. As inexistências no que concerne aos conteúdos considerados ou ao raciocínio potenciado, por sua vez, somente comprometem aquele desígnio.

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Publicado

28-12-2023

Cómo citar

Moreira, A. I., & Duarte Pereira, P. (2023). História ausente é História esquecida? - análise do currículo oficial para o Ensino Básico português. Clío. History and History Teaching, (49), 1–14. https://doi.org/10.26754/ojs_clio/clio.2023499522